quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sorry, Carrie

Parece que foi ontem em Manhattan. Quando cheguei na ilha mais famosa do mundo pensava que ia sentir uma imensa felicidade imitando a minha “ídala” escrevendo sobre relacionamentos em seu computadorzinho, toda cheia de si.
É...é verdade, eu gosto da Carrie, sim. E daí? Why not? Ela é bonita, bem humorada, inteligente, fashion....E vende!!! Além disso, ela não é real. Logo, sem desapontamentos.
Enfim, o fato é que na ilha gelada a vida não é tão glamurosa e ninguém é tão cool como em S&TC. Na verdade, os rostos são sóbrios, as mulheres são duras, o atendimento é formal, o vento corta até a alma e Keith Ladger partiu cedo demais. Não é a toa que se produzam lá tantos Mr. Bigs.
Só um musical na Broadway salva a vida de uma pessoa sozinha em NYC, ainda mais se a coitadinha for apenas uma moça latino americana sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e sem olhos azuis.
Mas não foi só isso que me travou na ilha. Meu problema chama-se CFD!!! Completa Falta de Disciplina.
Pois é! Nada de contos sexuais em Manhattan, nada de ginástica, nada da dieta do mês, nada de postar em blogs, nada de igreja no domingo, nada de Renew® à noite, nada de hidratação semanal, nada de relatórios mensais, nada de reuniões gerenciais, nada de happy hour na sexta, nada de ligar para os amigos distantes...
Eu não era assim. Me pergunto diariamente quando que eu perdi completamente a capacidade de comprometimento e ação. Será que eu sou única? Será que as pessoas conseguem seguir os seus planejamentos em uma semana composta de dias de apenas 24 horas? Elas dormem??? Ou melhor, será que alguém ainda planeja alguma coisa?
Nós, mulheres, estamos agora sim à beira de um ataque de nervos. Queimamos os sutiãs e aceitamos o começo do fim. O começo das dívidas, da falta de tempo, da ditadura da beleza, do sexo fácil e do total perfeccionismo. Mulher, profissional, amiga, irmã, mulher, mãe perfeita!! “Tudo” perfeita!!!
E eu não consigo mais, a minha bateria não recarrega mais assim tão fácil. Mulheres eram felizes e não sabiam. Exigiram direitos e ganharam apenas deveres. E quando tiveram poder, muitas mostraram que ele assusta. Talvez porque descobriram que não é isso (ou fundamentalmente isso) que as mulheres precisam. Elas querem abrigo, proteção, querem também cuidar e proteger e serem valorizadas por isso. E também querem dormir de vez em quando... E um tempinho para escrever bobagens em blogs. Não todo dia, mas não uma única vez no ano...

Sorry, Carrie. Manhattan sucks!