quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Meu dia é o dia da Música!

Já ouviu falar aquela máxima: “Gosto não se discute”?
What a bullshit!
Claro que se discute, reclama, critica, briga, elogia, tira sarro e, acima de tudo, troca-se!
Que ridículo eu ficar no meu canto reclamando de um monte de merda que eu ouço, mas no fundo saber que mesmo dentro de uma panela de pagode chorão eu ainda consigo encontrar uma mistura boa! Até no maior palheiro de sertanojo a gente encontra uma canção-agulhinha que se aproveite.
E isso é óbvio que acontece por uma razão bem simples: EU ADORO MÚSICA! No melhor dos sentidos: o sentido de música como arte! Ora bolas! Música é arte!! Por que as pessoas insistem em esquecer isso?
Adoro arte e aprecio música como os enólogos apreciam vinho, os baristas o café, etc, etc...
É claro que eu queria aliar esta apreciação a um bom punhado de conhecimento. Mas eis a questão: para apreciar arte a gente precisa mais sentimento do que conhecimento.
A primeira vez que vi uma pintura de Van Gogh, eu pude ler na tela a estória daquela cena. O quarto em Arles é inesquecível pra mim! O nome Van Gogh não me dizia nada. A tela me dizia: solidão, tristeza, instabilidade, transição e, no meio de tudo isso, um pouco de paz!
Assim é música pra mim: uma bela mistura de letra, ritmo, harmonia, melodia, que sem nenhuma razão ou por todas as razões possíveis, entra pelos poros e preenche até o fundo da alma.
Adoro uma cena do filme “A Assassina”, que assisti por acaso, diga-se de passagem. Uma cena leve, depois da tanta tensão, quando a protagonista passa por uma reviravolta em sua vida e de repente entra aquela voz inebriante da Nina Simone cantando “Here comes the Sun”! Quebrou as minhas pernas! Beatlemaníaca alucinada, eu sempre jurei que nenhuma música do quarteto podia ser melhor em outra versão, com outro intérprete. Eu jurei. Não juro mais. Nina deu suavidade à música, deu mais vida do que ela já tinha e a trilha encaixou perfeitamente no momento do filme em que realmente parece que a vida da personagem vai começar a brilhar, parece realmente que o sol está chegando...
Eu devia saber que isso realmente acontece. As pessoas apreciam música de forma diferente. É claro! Todas as pessoas sentem de forma diferente. E repito: a arte se aprecia com sentimento. Eu entendi isso há um tempo com Elis Regina e esqueci por alguns anos. Agora aprendi.
Elis sentiu diferente “Saudosa Maloca”, e cantou diferente, interpretou diferente. Arrasou e emocionou! Podia ser um samba divertido para alguns. Para ela era uma canção triste, de uma situação triste. E para mim ela tinha razão. Como sempre, ela acertou em todas.
Todas as músicas de Elis me elevam, me emocionam e me ensinam.
Claro que tem essa coisa de música pra dançar, música pra dormir, música pra cantar no banheiro, música pra esperar, música pra chorar, música pra f***, sei lá...
Eu não acho nada disso, Arnaldo Antunes. Música é música! E pra quem gosta ela é sempre especial. Não vem com Sangue-de-boi e Piriquita na minha taça! Nem com café Pilão misturado com cevada e grão de milho na minha xícara! Não interessa o estilo! Pra se fazer arte tem que ter o dom, tem que ter talento!
Vamos admitir! Música é o máximo! Tem que ser tratada com dignidade.
Batuca no pandeiro com criatividade porque se é só pra fazer barulho eu já tenho minhas tampas e panelas! Põe uma letra envolvente, uma rima inteligente, toca o coração da gente...
Viu? Simples!
Ainda bem que eu só nasci para ouvir e apreciar mesmo... Não sei se é mera coincidência, mas dia 22 de novembro é o dia da música. Veja só: tem dia mais bonito para fazer aniversário? Aniversário é música!!!
Então ofereço para mim mesma, em minha auto-homenagem:
Envelheço na Cidade – Ira!
É foda ter bom gosto, não é mesmo?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Férias


Postar comentários sobre as férias com mais de três meses de atraso só vem corroborar o que eu já estou cansada de saber: organização não é o meu forte!
Mas a ordem das coisas, pelo menos na maioria das vezes, não altera o resultado. Por isso as férias foram uma maravilha e ter um tempinho para repensar sobre elas aqui também é ótimo.
Uma vez ouvi uma frase que diz que “Viajar é atravessar fronteiras dentro de si mesmo”. Eu concordo plenamente. Ainda mais quando você realmente atravessa fronteiras, foge da segurança do nosso solo tão sagrado.
Algumas pessoas me dizem que eu falo muito mal das coisas no Brasil, que só acho certo as coisas como são lá fora, mas isso não é verdade. Conhecer o outro lado só me faz mesmo é perceber como o meu país é maravilhoso e aproveitar ainda mais todas as vantagens que ele tem. Mas isso é mais do mesmo. Eu seria cega se não visse tanta coisa interessante lá fora e seria burra se não prestasse atenção. Comodismo é para pessoas medíocres. Pessoas medíocres falam de política, futebol e religião superficialmente. São geralmente imparciais, preferem não opinar ou não têm opinião. Eu gosto mesmo é de discutir, eu gosto mesmo é descer do muro e escolher o meu lado! Porque a nossa mente é como um músculo do nosso corpo. Quanto mais exercitado, mais forte e saudável! Tenho medo de mente atrofiada...
No fundo, no fundo, as diferenças são simples: a consciência do europeu e do americano como cidadãos, a naturalidade de cobrar os seus direitos e não perder tanto tempo não cumprindo seus deveres. Ainda sobre os europeus, a consciência política e a vontade de adquirir conhecimento. E o mais importante de tudo: a valorização da educação. O dia em que o brasileiro tiver isso tudo ele vai aprender a votar, vai querer ver seu país copiar soluções inteligentes, vai aprender a ler jornal e analisar as intenções do que lá está escrito, o Brasil vai ter impostos mais racionais e conseqüentemente a qualidade dos serviços será mais lógica e humana e o país vai ter Direitos Humanos para humanos direitos. Mas leva tempo, leva chão. Tem que começar com vontade e infelizmente a vontade raramente nasce em solo comodista.
Bom, o primeiro ponto turístico que conheci na Holanda foi o Museu Van Gogh. Por que será, né? Talvez porque Van Gogh represente para mim tudo o que eu entendo por arte. Cada obra sua é como um livro que conta estórias através de expressões ou uma música que toca através das cores e nuances. Realmente é um museu lindo e fascinante com a biografia completa e os melhores trabalhos de um gênio. No meio de tanta arte, tanta criatividade, o que também achei interessante foi perceber como nós, muitas vezes, colocamos obstáculos para a nossa felicidade sem questionarmos as possibilidades do nosso futuro. Van Gogh suicidou-se, entre outras razões, porque achava que era um estorvo para a sua família, em especial, para o seu irmão que o apoiou durante toda a sua vida. O irônico é que após a morte do gênio, o seu irmão morreu meses depois. E ainda assim, a vida continuou... E os outros também.
Butterflies and Poppins me fez perceber, ou melhor, sentir como sou feliz tendo a oportunidade de visitar um dos lugares mais belos do mundo e conhecer a obra de um ser tão especial. É muito bom estar vivo, é bom viajar, é bom relembrar que existe um mundo bem maior que o nosso e que gira independente dos nossos micro-problemas. Às vezes a gente esquece.
E então me dirijo para a Casa de Anne Frank.
Se alguém me dissesse há uns quinze anos atrás que eu visitaria algo como este templo eu jamais acreditaria.
Anne Frank mudou minha vida sem eu ter noção do que se passava à minha volta. Ela afetou meu modo de pensar, de agir, meus sentimentos e eu diria até que o meu caráter. Coisas que só um ser iluminado tem o poder de fazer. E também agradeço muito por ter a oportunidade de conhecer mais a fundo a sua história. Afinal, é também parte da história do nosso tempo, uma parte triste e vergonhosa, é claro. Mas se disséssemos que o racismo e o anti-semitismo acabaram, estaríamos mentindo. Infelizmente enquanto muitos preconceitos caem por terra, outros surgem de onde nem imaginamos. Assim, essa maldita floresta de cogumelos nunca desaparece.
As pessoas em Amsterdam parecem um pouco mais livres dos modismos da cultura pop, do consumismo exagerado, da anorexia e da obesidade marcantes em algumas metrópoles. Os jovens parecem meio bregas e isso é muito legal! Uma coisa meio anos 80 nas músicas e no jeito de se vestir. Eu adoro! É relaxante! Foge do estilo meio forçado dos londrinos e da falta ou excesso de estilo dos parisienses. Deve ser a maconha, sei lá... Eu mesma nem fumei e estou viajando na maionese.
No país das bicicletas eu ainda não aprendi andar nas ditas cujas. Na verdade até desisti. Em compensação, aprendi algo mais difícil: andar nos tamancos holandeses. Nada prático, nada usual, nada bonito. Ainda assim, muito divertido.
Os moinhos são lindos, nem nos meus sonhos mais remotos eu imaginava entrar em um e passear em uma cidade que há pouco tempo atrás era apenas mar. E ainda hoje respira-se a paz de uma ilha. Dream countryside! Adorei estes dias na Holanda. Um país de museus essenciais, gente simpática, flores maravilhosas, queijos deliciosos, consciência ambiental, trânsito exemplar e paisagens inesquecíveis.
A primeira vez que estive em Londres chorei de emoção! Foi a viagem mais linda da minha vida. Hoje sei que não foi porque a cidade é a mais bonita ou a mais divertida do mundo. E simplesmente porque foi a realização dos meus sonhos, o maior deles até aquele momento. Atravessar a Abbey Road para um beatlemaníaco e pisar no solo musical mais produtivo do mundo é alegria demais para uma pessoa só. Ponto final. Hoje eu não voltaria mais. Londres deu pra mim! É uma cidade para conhecer, sim. Fazer um pic nic no Hyde Park, tirar sarro no Madame Toussauds, não perder tempo vendo troquinha da Guarda e em fila na London Eye, ficar abismado com a beleza da Torre de Londres, do Big Ben e da abadia de Westminster, relaxar na Trafalgar Square, fazer comprinhas no Convent Garden, passear por Nothing Hill e andar no caos da Oxford Street. Mas uma vez apenas! Não três! E muito menos com chuva! Mesmo que seja na companhia de um grande amor. O ideal é pegar a sua alma gêmea e voar para Paris. Ou, o que é muito melhor, ir de trem, que é muito mais prático. That's what we did!
Agora finalmente, depois de muito tempo, minha cabecinha entendeu porque Paris é chamada de cidade eterna. Porque poderíamos viver eternamente e ainda seria emocionante voltar e encontrar novidades na cidade, ou surpreender-nos com o que já vimos. Ou simplesmente admirar a sua beleza. Eu poderia estar desencantada... Mas não. Eu me encanto cada vez mais. A arquitetura, o ar, o Sena, o caricato ar blasé, as vitrines, os excessos, a arte, a história e o clima de sonho. É tão sublime que às vezes parece surreal. O mundo vende-nos Paris como a cidade mais glamorosa, romântica, bonita, fascinante e instigante que existe. A gente compra, porque é tudo isso e muito mais. A gente compra e paga caro, diga-se de passagem. Mas vale cada centavo. Nem precisava ter Louvre, a experiência mais dignificante da humanidade e a reunião de artistas e gênios. Simples humanos, porém divinos.
Eu nem sou religiosa, porque para isso eu deveria seguir uma religião. Parece-me que “apenas” acreditar em Deus e agir mais do que falar não é suficiente. Mas isso não me impediu de entender que Notre Dame, Sacre Coeur e Mont Saint Michel, além da representação do poderio e imponência da igreja, é, sobretudo a representação da fé humana, da persistência, da busca pela perfeição e do amor. A perfeição é Deus, o amor é Deus, e a fé, de fato, move montanhas. Esses templos lembram-nos disso, que há divindade em cada um de nós.
Outros templos, como o das compras, também lembram-nos que somos humanos e egoístas, mas ninguém é perfeito. Por isso as coisas lindas se destacam. A beleza não seria tão bela se não fosse tão rara... Ops! Viajando na maionese de novo! Quero voltar pra Paris!


sábado, 14 de junho de 2008

GOD SAVE THE QUEEN



Não é o original, mas quebra um bom galho...
Oh, God! Freddie is really back!!!!!!!!!

Sorry again

Foi uma triste coincidência em uma data tão poética quanto o dia dos namorados eu estar amargando a tristeza de ter visto um dia antes a pior versão possível do filme que poderia ser a melhor comédia romântica dos últimos tempos, salvo alguns contratempos que fazem parte do tradicional enredo de Sex and the City.
É de fato lamentável que um filme tente a todo custo estragar um bem sucedido trabalho de seis temporadas. Onde foi faltar tanta criatividade e sobrar tanto mau gosto? Acho que este roteiro foi escrito no período da greve dos roteiristas.
Não vou me conformar só porque sou fã da série. É muita contradição que mulheres de auto-estima tão evidentes sucumbam ao maldito amor minguado, como admite a própria protagonista quando falamos de vida real, problemas reais.
Resumindo: mulheres cosmopolitas e independentes pensam e agem! Pés nas bundas de todos os Mr. Bigs do planeta!!! E, infelizmente, eles não são poucos...
Eu já passei por isso, sei como é que é. Mas felizmente também sei como não é.
Amor é amor e ponto! Não é amor sem demonstrações, sejam elas faladas, escritas ou percebidas através de gestos. Amor tem vontade de assumir, repetir, de ficar junto, de apoiar e, vamos definitivamente ser honestos, de casar! No melhor sentido da palavra, o de assumir o compromisso. É sério, é definitivo, é flexível, é esperançoso, é amor!!!
A grande vantagem destas estórias de desprezo, de migalhas de amor é poder abandona-las, mas carregar pra sempre essa sensação de que aquela sim poderia ser A HISTÓRIA, o grande amor que ficou para trás e sempre trará aquela sensação maravilhosa de que tudo valeria a pena. Sim, valeria... Porque na realidade, NÃO VALE!
Histórias reais têm a dureza, a complexidade e as desilusões das histórias reais. E isso também é maravilhoso. Amar é encarar a possibilidade de viver tudo isso e driblar obstáculos em nome deste sentimento que nasce, cresce e sobrevive, na convivência.
Mr. Bigs são para conhecer, se apaixonar, se desiludir, gostar, incrivelmente ainda gostar mais, dar um basta, cair em si e levar para sempre o aprendizado. Para um dia encontrar os anti-Bigs e, aí sim, o amor das histórias reais.
Na verdade agora acho que entendo isso. È uma extensão daquela outra máxima que diz que o “nosso amor a gente inventa”. Acredito que sentimos um pouco e inventamos um muito, algumas raras vezes sentimos um muito e inventamos pouco.
Não sei qual o meu caso e o de Carrie, mas suspeito que foi mais invenção do que sentimento. E isso no fundo é engraçado. Porque esses casos não vencem o tempo, a nossa paciência e o nosso orgulho próprio, mas vencem algo bem interessante: a guerra pela posteridade. E nos devaneios de amor do futuro, eles sempre serão recorrentes. E por que? Por que se foram, serão sempre incógnitas e porque serão sempre ilusões e ilusão é bom. Tão bom que Hollywood vive disso. Mas às vezes força a barra... Como em Sex and the City – The Movie.
Sorry again.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sorry, Carrie

Parece que foi ontem em Manhattan. Quando cheguei na ilha mais famosa do mundo pensava que ia sentir uma imensa felicidade imitando a minha “ídala” escrevendo sobre relacionamentos em seu computadorzinho, toda cheia de si.
É...é verdade, eu gosto da Carrie, sim. E daí? Why not? Ela é bonita, bem humorada, inteligente, fashion....E vende!!! Além disso, ela não é real. Logo, sem desapontamentos.
Enfim, o fato é que na ilha gelada a vida não é tão glamurosa e ninguém é tão cool como em S&TC. Na verdade, os rostos são sóbrios, as mulheres são duras, o atendimento é formal, o vento corta até a alma e Keith Ladger partiu cedo demais. Não é a toa que se produzam lá tantos Mr. Bigs.
Só um musical na Broadway salva a vida de uma pessoa sozinha em NYC, ainda mais se a coitadinha for apenas uma moça latino americana sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e sem olhos azuis.
Mas não foi só isso que me travou na ilha. Meu problema chama-se CFD!!! Completa Falta de Disciplina.
Pois é! Nada de contos sexuais em Manhattan, nada de ginástica, nada da dieta do mês, nada de postar em blogs, nada de igreja no domingo, nada de Renew® à noite, nada de hidratação semanal, nada de relatórios mensais, nada de reuniões gerenciais, nada de happy hour na sexta, nada de ligar para os amigos distantes...
Eu não era assim. Me pergunto diariamente quando que eu perdi completamente a capacidade de comprometimento e ação. Será que eu sou única? Será que as pessoas conseguem seguir os seus planejamentos em uma semana composta de dias de apenas 24 horas? Elas dormem??? Ou melhor, será que alguém ainda planeja alguma coisa?
Nós, mulheres, estamos agora sim à beira de um ataque de nervos. Queimamos os sutiãs e aceitamos o começo do fim. O começo das dívidas, da falta de tempo, da ditadura da beleza, do sexo fácil e do total perfeccionismo. Mulher, profissional, amiga, irmã, mulher, mãe perfeita!! “Tudo” perfeita!!!
E eu não consigo mais, a minha bateria não recarrega mais assim tão fácil. Mulheres eram felizes e não sabiam. Exigiram direitos e ganharam apenas deveres. E quando tiveram poder, muitas mostraram que ele assusta. Talvez porque descobriram que não é isso (ou fundamentalmente isso) que as mulheres precisam. Elas querem abrigo, proteção, querem também cuidar e proteger e serem valorizadas por isso. E também querem dormir de vez em quando... E um tempinho para escrever bobagens em blogs. Não todo dia, mas não uma única vez no ano...

Sorry, Carrie. Manhattan sucks!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O derretimento das calotas polares

Quantas coisas loucas atravessam nossa mente quando estamos entediados!
Quando pessoas “extremamente interessantes” ficam falando horas diante de nós e ouvimos duas entre duzentas palavras que elas pronunciam. E eis que finalmente alguma frase se destaca e alguma coisa faz sentido! E aí você deixa de falar de aumento de preços para discutir o derretimento das calotas polares!
Então seres pragmáticos, frios e calculistas ganham um leve contorno de humanidade e consciência ecológica. Ficam “verdes”.
É, o derretimento das calotas polares é bem mais urgente e intrigante que um mero repasse de custos. É crucial! Mas não tem a menor importância às duas horas da tarde de uma segunda-feira útil...
E eu ouvi hoje uma coisa que eu até então não tinha de fato entendido:
A bomba relógio do nosso planeta está ativada!
A gente nunca para pra pensar nessas coisinhas básicas como a superpopulação e superprodução na China, superpoluição nos EUA, superdesmatamento no Brasil, superalienação da humanidade... Resumindo: alguma coisa pode detê-la? Quantas vezes a gente perde 5 segundos do nosso dia pra pensar na bomba?
Galera verde reunida? Políticas ambientais tardias? Governos indiferentes? População mal informada? Mínimas atitudes?
É tão fácil ter esperança com tantos prós, não é mesmo?
Então eu vou embora sem reajustar minha tabela e ainda com essa sensação de impotência do tamanho de um iceberg...

No taylorismo da vida...
Vou marcar hora pra viver pra mim.
Vamos marcar hora para amar, pensar na humanidade, brincar, brindar, falar devagar, comer devagar, viver devagar, divagar...
A tecnologia que veio para reduzir apenas pequenos problemas, trouxe grandes soluções e enormes conseqüências.

Reduzimos pessoas, empregos, sintomas... Aumentamos as drogas, a depressão, o fracasso e os efeitos colaterais.
É ilusão do meu tempo achar que antigamente vivia-se?
E o que vivemos hoje vale menos que o que poderíamos ter vivido há tempos atrás?
De que valores, facilidades, conceitos, preconceitos, costumes e ansiedades falamos?
De que novos termos temos que falar?
Que comparação é justa e lógica?
Somos camicases do nosso tempo? Somos escravos das nossas necessidades? Somos infelizmente felizes?
Que tempo será o precursor do fim dos tempos?
Que tempo foi aquele em que algo se perdeu e ninguém nunca saberá o que, quando e nem onde?
Acima de tudo quando? Quando foi o tempo?
Quando haverá tempo?


domingo, 13 de abril de 2008



"Ver o sol amanhecer e ver a vida acontecer como um dia de domingo..."
Foto 1: "Crazy in love" by Gina




Sem comparação



Quem amou descobriu
uma terra distante,
estranho lugar habitado
por seres sem referências
sem barreiras, sem passado

Quem amou eternizou o luar,
os beijos, as promessas,
um abraço apertado,
um futuro para lembrar
do sonho concretizado

Quem amou descobriu a verdade
e ela é uma só:
amar se aprende amando,
o resto é ilusão
de quem vive comparando

Quem amou perdeu a noção
E encontrou a si mesmo
Todo caminho é direção
Um dia certo, um ano errado
amor tem sempre razão

Quem amou apenas amou
com verdades e devaneios.
O amor suficiente
Amor alheio é piada
que fazem do amor da gente

Gina Ferreira 16/10/05

Pois é!

Depois de ouvir lindos diálogos e relembrar vários momentos da minha adolescência vendo a minissérie QUERIDOS AMIGOS eu realmente achei que ia demorar muito para ver alguma coisa de interessante na TV. Mas até que não.
Anteontem num programa aparentemente "oco", o DICAS DE UM SEDUTOR, eu ouvi uma citação de um poema de Fernando Pessoa e um trecho do livro "O Pequeno Príncipe". O primeiro, um dos maiores poetas de língua portuguesa e o segundo, um clássico que deveria ser lido e relido por todas as gerações:

“ Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia...”


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."

Parece pouco, mas significa muito num momento em que parece que a TV só privilegia novelas idiotas e sem conteúdo, com os mesmos temas repetitivos e entediantes, acompanhados de reality shows cheios de pessoas fúteis, programas de fofocas e culto à celebridades e aspirantes, e telejornais sensacionalistas.
Ops, é claro, isso é o que eu sinto, né?
Algumas pessoas devem realmente achar a televisão brasileira sensacional. Afinal, passam o dia inteiro na frente dela.
Deve ser apenas o meu stress diante dessa paranóia, esse sensacionalismo barato em torno da morte da menina Isabella. Algumas redes de TV chegam a dar nojo.
Nesse caso, a chamada mídia "maldita" tem feito muito bem o seu trabalho. Querendo ser o que não é, prevendo fatos que não são, palpitando no que não devem e, no fim, não ajudando a resolver nada.
É um caso que merece toda a cobertura e respeito, como muitos outros, e não, a palhaçada que é fazer de uma tragédia pessoal um espetáculo. E assim continua...
Até parece que o país não está parado por conta da greve nos portos!
Gostaria de saber por que os jornalistas não fazem plantão diante das autoridades cabíveis. Por que engolimos esta inércia, de empresários, fiscais, governo?
A nossa mídia é tão carniceira e ao mesmo tempo tão indiferente. Até parece que não foi quase ontem que uma celebridade de verdade foi brutalmente assassinada e os seus algozes hoje em dia aí estão: livres, leves e soltos. O que a opinião pública fez por Daniela Perez?
A impressão que se dá é que no nosso país as pessoas adoram sensacionalismo, mas não têm atitude. As pessoas esquecem... E no fim, a maioria merece a televisão, o governo e a legislação que têm.
Uma pena para os injustiçados que vão ver sua tragédia exposta na TV até a exaustão, mas ainda assim, não verão a justiça "justa" e tal qual as CPIs, lamentavelmente esses absurdos acabam em pizza.

sábado, 12 de abril de 2008

O recomeço

Ai, nem acredito, um bloguinho só pra mim...rss
Há anos escrevendo minhas besteiras, pensamentos, sentimentos, devaneios, músicas, críticas, etc, etc...E perdendo tanta coisa! Mas agora não! Agora tudo vai ficar aqui bonitinho, arrumadinho, registradinho pra mim. Quer dizer, para todos, ?
Espero que algumas inspirações voltem, pois há muito não escrevo. Queria ter disciplina para começar e não parar nunca mais. É tão bom! É tão relaxante, terapêutico... Bem, quer dizer, terapêutico não é bem a palavra, mas sei lá, um dia arrumo um termo melhor pra descrever. Embora um dos meus ídolos já fez isso muito bem em uma entrevista, o Drauzio Varella.
Ele disse que escrever é um dos prazeres mais simples que alguém pode ter. Você precisa de pouquíssimos recursos, relaxar um pouco e deixar a mente fluir. E quando acontece o encontro perfeito entre uma grande idéia e uma frase muito bem escrita de forma simples, bonita e comovente, é como se naquele momento você não precisasse de mais nada, é puro êxtase!
Concordo! E espero me deliciar aqui com esse pequeno prazer que a vida nos oferece.
Queria ver chegar um dia em que todos escrevessem. Todos, sem exceção! A humanidade toda relatando seus pensamentos, opiniões, sonhos. Não como um mega big brother onde todos pudessem expor suas vidas e representar um personagem conveniente, mas sim, uma grande rede de idéias, de mensagens bonitas, de críticas construtivas, de experiências...Sem contar a maravilha que isso ia significar: que todos tiveram direito de aprender a ler e escrever! É quase como dizer que todos eram cegos e puderam enxergar. O analfabetismo é uma das pragas que assombra o nosso mundo!
Não que uma pessoa analfabeta não seja feliz, é claro. Mas tenho certeza que essa condição não faz parte de sua vontade, pelo menos na maioria dos casos. Até porque quando se descobre o mundo das letras é como conhecer uma nova dimensão, onde outras portas se abrem, onde segredos são revelados e tudo passa a ter um colorido diferente.
Pena que muitas pessoas que sabem e podem não gostem de ler ou escrever, elas encontrariam em livros fantásticos um prazer muito parecido com o de fazer uma grande viagem.
E eis aqui duas coisas que eu ADORO: ler e viajar! Espero ter muita coisa boa pra dizer sobre essas grandes maravilhas da vida!