segunda-feira, 14 de abril de 2008

O derretimento das calotas polares

Quantas coisas loucas atravessam nossa mente quando estamos entediados!
Quando pessoas “extremamente interessantes” ficam falando horas diante de nós e ouvimos duas entre duzentas palavras que elas pronunciam. E eis que finalmente alguma frase se destaca e alguma coisa faz sentido! E aí você deixa de falar de aumento de preços para discutir o derretimento das calotas polares!
Então seres pragmáticos, frios e calculistas ganham um leve contorno de humanidade e consciência ecológica. Ficam “verdes”.
É, o derretimento das calotas polares é bem mais urgente e intrigante que um mero repasse de custos. É crucial! Mas não tem a menor importância às duas horas da tarde de uma segunda-feira útil...
E eu ouvi hoje uma coisa que eu até então não tinha de fato entendido:
A bomba relógio do nosso planeta está ativada!
A gente nunca para pra pensar nessas coisinhas básicas como a superpopulação e superprodução na China, superpoluição nos EUA, superdesmatamento no Brasil, superalienação da humanidade... Resumindo: alguma coisa pode detê-la? Quantas vezes a gente perde 5 segundos do nosso dia pra pensar na bomba?
Galera verde reunida? Políticas ambientais tardias? Governos indiferentes? População mal informada? Mínimas atitudes?
É tão fácil ter esperança com tantos prós, não é mesmo?
Então eu vou embora sem reajustar minha tabela e ainda com essa sensação de impotência do tamanho de um iceberg...

No taylorismo da vida...
Vou marcar hora pra viver pra mim.
Vamos marcar hora para amar, pensar na humanidade, brincar, brindar, falar devagar, comer devagar, viver devagar, divagar...
A tecnologia que veio para reduzir apenas pequenos problemas, trouxe grandes soluções e enormes conseqüências.

Reduzimos pessoas, empregos, sintomas... Aumentamos as drogas, a depressão, o fracasso e os efeitos colaterais.
É ilusão do meu tempo achar que antigamente vivia-se?
E o que vivemos hoje vale menos que o que poderíamos ter vivido há tempos atrás?
De que valores, facilidades, conceitos, preconceitos, costumes e ansiedades falamos?
De que novos termos temos que falar?
Que comparação é justa e lógica?
Somos camicases do nosso tempo? Somos escravos das nossas necessidades? Somos infelizmente felizes?
Que tempo será o precursor do fim dos tempos?
Que tempo foi aquele em que algo se perdeu e ninguém nunca saberá o que, quando e nem onde?
Acima de tudo quando? Quando foi o tempo?
Quando haverá tempo?


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