quarta-feira, 29 de abril de 2009

Listening to Beatles, talking about love

Há aqueles que acreditam que a rotina e a convivência alimentam o amor. Há aqueles que acreditam que elas o desgastam. Quem ama de verdade?
Há aqueles que acreditam que só amamos quem conhecemos de verdade. Outros, que creem que o amor sobrevive do mistério...
“Ah, look at all that lonely people...”
Eles tinham razão. Somos a solidão. A solidão que tememos. Todos somos náufragos e os nossos corações são porta-aviões perdidos no mar esperando alguém pousar.
Let it be! Os mistérios e segredos do amor são mais intrigantes e importantes quando se tenta descobrí-los junto com quem se acredita amar. A solidão apenas teoriza o amor.
Há aqueles que acreditam que a paixão é o veneno que mata o amor, e outros que creem que ela é o combustível que o conduz. Quem ama de verdade?
A estrada para o grande amor não é realmente longa e sinuosa?
Na verdade o que é o amor quando não há ninguém que cuide dele?
I don't know, I don't know...
O amor sem entrega plena é mar sem água, é dia sem luz ou algo assim...
O sofrimento realmente faz parte da história do amor, precisamente ligado à falta ou ao fim do mesmo. Querer amar sem sofrer é querer ganhar sem competir, colher sem plantar e viver sem arriscar.
Então, que tudo compense o amor! A ilusão, a dor, a indiferença, o esquecimento, a vaidade e as lembranças... Porque o momento, o instante em que se ama é belo, é pleno, peculiar, excepcional e genuíno como o verdadeiro sentido do amor.
Há de surgirem estrelas no céu para contarmos e esquecermos.
O arrependimento jamais deverá fazer parte da história do amor. Que este amor seja sempre mais realidade do que fantasia...
Sempre haverá amor de todas as formas e em todos os corações:
Amores breves e duradouros, fortes e frágeis, reprimidos e declarados, presentes e distantes, promissores e vagos, concretos e platônicos. Mas é somente amor o que para nós pode ser considerado como tal.
Here, there and everywhere....
Nosso amor pode crescer, aparecer, florescer entre pedras, entre espinhos, entre tudo que no mundo existe porque a nossa capacidade de amar nos pertence, e também, a vontade de cada um de se iludir, se enganar, a vontade de esquecer, de lembrar... Basta saber que o tempo destrói teorias, cura feridas e ensina a todos aqueles que desejam aprender a lição.
É tão bom saber que, independente de tudo em que se acredite, o tempo existe e ele não para.
Se não for o amor, qual é o sentido do universo?
Amor não é tão somente uma palavra bonita e um sinônimo de bondade ou paixão. Amor é um sentimento real, valioso e revolucionário que cada ser carrega dentro de si.
Nunca se importe se, apesar de tudo, por conta de muitos enganos e desencontros, algumas pessoas tenham medo de amar. A covardia humana é, de fato, lastimável! Tememos abstratos e nada sabemos sobre eles como nada sabemos sobre nós e os demais mistérios do universo. Pelo menos a maioria sabe que ninguém nesse mundo pode ser feliz sem amor...
All you need is love!


segunda-feira, 27 de abril de 2009

O eterno deus Mu dança

As grandes mudanças surgem com idéias revolucionárias. Estas idéias partem de seres humanos corajosos, abertos às novidades, que por alguma razão, descobriram que a transformação do mundo está em nossas mãos.

“Você vê coisas que existem e se pergunta: Por que?
Eu imagino coisas que nunca existiram e me pergunto: Por que não?”


Esta frase define bem o pensamento de grandes cientistas, filósofos e inventores que ultrapassaram os limites estabelecidos por paradigmas e mostraram ao mundo o poder de criação dos seres humanos.

Mudar é uma atitude difícil, exige sempre um grande esforço. Aceitar uma condição ou uma postura é bem mais simples do que questionar nossos pensamentos e ações freqüentemente. A dúvida é útil e necessária. Ela é sempre um convite à mudança e é a grande prova que o ser humano não é plano, monolítico ou estático.
Muitas pessoas acreditaram em seus sonhos e muitas declararam ao mundo o chamado da mudança.
Eu sei que o futuro ainda reserva-nos grandes surpresas!

“Libertem-se da escravidão mental,
Somente vocês podem libertar suas mentes.
Não tenham medo da energia atômica,
Porque nada pode parar o tempo...”

Bob Marley

“Os homens deixam de nos interessar quando descobrimos suas limitações. O único pecado é a limitação. Logo que se descobrem as limitações de um homem, ele está abandonado...”
Emerson

Alguma coisa na natureza faz sentir o choque das ideias novas.
A estrada daqueles que narram verdades e bradam mudanças necessárias é sempre muito árdua: Sócrates bebendo cicuta, Cristo crucificado, Joana d'Arc queimada, Galileu forçado pelo terror a retirar verdades que anunciara, Ghandi e Mandela aprisionados... Que esforço! Não seria mais simples se eles vivessem assim como nós? Calados, passivos e acreditando que sabiam um pouco da vida?

Acredito que em cada alma foi depositada a semente de um grande futuro, mas a semente nunca germinará se não sairmos em busca da maturidade e desenvolvermos o hábito de mudar sempre, por mais complexa que esta atitude possa parecer. O mundo reage com a transformação dos seres humanos. As conseqüências de novas visões são sempre chocantes, mas necessárias.

O primeiro obstáculo à frente da mudança é a falta de confiança em si mesmo. A confiança não foge à regra: desenvolve-se quando usada e desaparece quando não é exercitada.

“O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro...”
Roosevelt

“Nunca lhe deram oportunidades para mudar?
Já pensou em criá-las por si próprio?”
Napoleon Hill

Às vezes as grandes transformações são mais que necessárias, elas imploram para acontecer: a igualdade de direitos, a liberdade de expressão, o cessar fogo...

“Quantas estradas um homem deve andar até tornar-se um homem?”
Quantos mares uma andorinha deve atravessar antes de descansar na areia?
Quantas vezes devem-se atirar balas de canhão até que elas sejam proibidas?
A resposta está soprando no vento...”

Bob Dylan

O quanto é necessário que algo falhe para que ocorram transformações?

“Não são necessários desgastes para que ocorram mudanças. São necessárias mudanças para que não ocorram desgastes...”

Esquecer o passado ou não fazer dele uma eternidade é também fundamental em um processo de transformação:

“Nada do que foi será de novo de um jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará...”
Lulu Santos

“Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo. Temos todo o tempo do mundo!
Todos os dias antes de dormir lembro e esqueço como foi o dia.
Sempre em frente!
Não temos tempo a perder...”
Renato Russo

“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer”
Geraldo Vandré

“...O tempo é minha matéria...
....Então, meu coração também pode crescer
Entre o amor e o fogo
Entre a vida e o fogo
Meu coração cresce dez metros e explode
Ó vida futura! Nós te criaremos.”
Carlos Drummond de Andrade

“Não há nada permanente, exceto a transformação. A vida lembra um grande caleidoscópio diante do qual o tempo está sempre mudando, transformando e arranjando novamente o cenário e os artistas... Tudo está num estado de fluxo...”
Napoleon Hill

“...Sente-se e não é somente aqui
mas em qualquer lugar
Terras, povos diferentes
Outros sonhos para sonhar

A gente que mudança
O dia da mudança
A hora da mudança
O gesto da mudança

O time da mudança
O jogo da mudança
O lance da mudança

Mesmo lá no inconsciente
Alguma coisa está clamando por mudança
O tempo da mudança, o sinal da mudança.
O ponto da mudança
Sente-se o que chamou-se Ocidente
Tende-se a arrebentar
Todas as correntes do presente para enveredar
Já pela veredas do futuro ciclo do ar
Sente-se, levante-se
Prepare-se para celebrar
O deus Mu dança...”
Gilberto Gil

As mudanças não acontecem simplesmente por acaso, até porque talvez nada aconteça por acaso. As revoluções são muitas para provirem do acaso. O acaso não pode ter tanto poder e sabedoria. A atitude é o combustível que move a mudança!
Cada segundo que passa representa um tempo que foi deixado para trás e jamais voltará, indicando que o futuro está cada vez mais próximo, quase chegando, chegando... Chegou! O futuro já está batendo na nossa porta.
Não podemos condicionar a transformação ao tempo que virá. Hoje é um dia em que podemos mudar!


Gina Ferreira

Novembro/2000

sábado, 25 de abril de 2009

Gatos, chinelos e blogs...

Meu diário virou Blog. Minhas cartas viraram emails e o meu álbum virou Orkut e Facebook. E assim, uma parte do meu mundo mudou radicalmente em alguns poucos anos.
O mundo da minha mãe levou décadas para receber grandes transformações e o mundo da minha avó... Bom, o mundo da minha avó é praticamente o mesmo, independente das transformações do mundo externo. Reflexos do terceiro mundo, onde lamentavelmente muitos não têm o direito a algumas transformações. Elas pouco evoluíram nesse sentido.
Enfim, e eu? Eu evoluí? Felizmente ou não, sim! O conhecimento é sempre o motor do veículo da transformação. Algumas pessoas permanecem iguais e mantêm suas vidas iguais por falta de conhecimento, e não, por falta de opção. Afinal, sem conhecimento não há opção. Sem entendimento de mundo não há questionamentos, não há sequer diálogo.

Por que me pego pensando nestas coisas agora?
Por que a rápida transformação dos nossos costumes, das nossas necessidades e dos nossos valores me surpreende diariamente? Só pode ser um sinal de velhice! Só os “velhos” olham para trás assim...
Será que a juventude questiona a velocidade das transformações? A juventude percebe?
Não. Essas coisas para os jovens são meras mudanças. Transformação é uma percepção de velhos, como eu. Eu, que paro, escrevo e fico aqui discutindo com minhas ideias (ops, agora sem acento, por favor).
Eu queria que toda essa velocidade de mudança também fosse refletida no modo de agir dessa juventude. Que toda essa apatia, que eu não consigo deixar de ver, fosse uma característica rara de alguns mal informados. Não dá para aceitar passivamente que jovens, que ainda não estão sufocados pelas obrigações do dia a dia, não sejam extremamente atualizados, engajados e produtivos! Não dá para se conformar com o fato de que eles não leiam, não escrevam, não entendam de assuntos variados e complexos. Eles têm tudo! É desmotivante saber que batalhávamos tanto para ter tão pouco. Quantos livros, jornais, revistas, discos comprados com dinheiro suado por um mínimo de prazer e conhecimento! Ao menos sabíamos que conhecimento também é prazer. Mas a gente sofria porque ter informação valia a pena, ela era escassa.
Será que é isso mesmo? A informação atualmente é tão abundante que perdeu o valor?

Não sei. Os meninos, na minha opinião, não leem e não escrevem (e por consequência, pouco pensam) porque perderam a capacidade de concentração. O mundo gira rápido demais agora. São muitas mídias, muitos recursos, muitos assuntos, muitas besteiras e, no meio desse caos, uma imensa preguiça de ter um trabalho árduo. Porque pensar exige muito esforço. Ler, analisar, questionar são tarefas demoradas e, às vezes, desgastantes. A culpa é da hiperconectividade!
Não, não... Na verdade, a culpa é minha, que fico olhando esses chats, blogs e fóruns da internet, onde a meninada escreve baboseiras e futilidades sem noções básicas de ortografia, e acho que esse pessoal representa a juventude! Que estupidez a minha, não é?
A culpa é da minha velhice. E eu devia estar feliz, porque afinal, como diria Mário Quintana:
“A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda”...
Eu devia seguir como minha mãe e avó, que não questionam nada disso. Eu nem devia ter blog...